terça-feira, 26 de março de 2013

segunda-feira, 25 de março de 2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Difamador do papa supera a própria delinquência e diz que Pontífice faz parte de complô para dominar a América Latina

Blogs e Colunistas
Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
15/03/2013
 às 20:11

Difamador do papa supera a própria delinquência e diz que Pontífice faz parte de complô para dominar a América Latina

Este é o pilantra que, a serviço de Cristina Kirchner, sustenta que o papa pertence ao complô para dominar a América Latina
O jornal “Página 12”, da Argentina, se destacou pelas críticas ferinas e bem-humoradas que fazia a Carlos Menem. Horacio Verbitsky, agora alçado pelo governo argentino à condição de difamador oficial do papa Francisco, é um dos seus fundadores. Pois bem, o antes tido como independente e corrosivo “Página 12” se transformou numa espécie de diário oficial das maluquices do casal Kirchner, em especial de Cristina. A publicação apoia de maneira descarada a saga da presidente contra a imprensa do país. Nos meios políticos argentinos, dá-se como certo que Verbitsky é o seu principal inspirador.  O homem é, assim, um Franklin Martins que deu certo, entenderam? O link do primeiro texto deste senhor contra o papa não está mais disponível por razão que desconheço. Lendo o texto, fica evidente que ele não tinha uma só evidência concreta contra Francisco, nada! Ao jornal italiano La Repubblica, admite isso. Acontece que o ex-terrorista montonero está “trabalhando”. Ele tem uma causa — e essa causa atende pelo nome de Cristina Kirchner.
Em novo artigo publicado no Página 12, Verbitsky volta a atacar o papa, agora em termos ainda mais baixos. Abre o artigo relatando um suposto telefonema da irmã de Orlando Yorio (um dos jesuítas presos em 1976). Ela estaria brava, indignada, lembrando que seu irmão, que já morreu, sempre afirmava que Jorge Bergoglio queria ser papa. Mais: ela também opina que o papa Francisco seria o homem certo para “tapar a podridão” da Igreja. Verbitsky vai mais longe: o papa faria parte de uma grande conspiração para dominar a América Latina.
Quem se dispuser a ler o texto na íntegra vai se deparar com uma peça pusilânime, eivada de acusações infundadas e anticatolicismo militante. Verbitisky faz pouco caso dos católicos, afirmado que aos eventos mais inexplicáveis, a Cúria atribui a ação do Espírito Santo. O autor acusa Bento XVI de ter acobertado casos de pedofilia, o que é espantosamente mentiroso. Referindo-se à proximidade do então cardeal Bergoglio com os pobres, escreve o ex-montonero:“E nem mesmo estranharia se, com a brocha na mão e com seus sapatos gastos, Bergoglio empreendesse uma cruzada moralizadora para branquear os sepulcros apostólicos”. A expressão “sepulcros apostólicos branqueados”, no caso, é uma metáfora para a mera maquiagem dos problemas da igreja.
Mais uma vez, sem provas, sem documentos, sem evidências, o autor recorre ao testemunho de terceiros para atacar Francisco. Um de seus interlocutores “católicos” (???), vejam lá,  é ninguém menos do que Leonardo Boff. Então tá…
Delírio conspiratórioNa nova peça asquerosa vinda a público, há ao menos um aspecto positivo: Verbitsky se entrega. Não tem vergonha nenhuma — comenta-se nos meios jornalísticos argentinos que é regiamente pago pra isso! — de fazer a defesa escancarada do governo de Cristina Kirchner no mermo artigo em que volta a atacar o papa e o catolicismo.  A canalhice de Vebitsky assume proporções inigualáveis neste trecho, que traduzo (em vermelho). Leiam. Volto e seguida.
*
Sua biografia [do papa] é a de um populista conservador, como foram Pio XII e João Paulo II; inflexíveis em questões doutrinárias, mas com uma abertura para ao mundo, sobretudo para as massas despossuídas. Quando rezou sua primeira missa numa rua de Trastevere ou num terminal de Roma, falando às pessoas exploradas e prostituídas por poderosos insensíveis que fecham seu coração a Cristo; quando os jornalistas amigos contam que viaja de metrô ou ônibus; quando os fiéis ouvem suas homilias, pronunciadas com gestos de ator e em que as parábolas bíblicas coexistem com a fala lhana do povo, haverá os que vão delirar com a esperada renovação da Igreja. Nos 15 anos à frente da Arquidiocese de Buenos Aires, fez isso e muito mais. Mas, ao mesmo tempo, tentou unificar a oposição ao primeiro governo que, em muitos anos, adotou uma política favorável a esses setores, acusando-o de promover o conflito e o confronto justamente com aqueles setores que ele [o papa] acusava em seu discurso.
Agora poderá fazê-lo em outra escala, o que não quer dizer que ele vá se esquecer da Argentina. Se Pacelli [o papa Pio XII] recebeu financiamento da CIA para fortalecer a democracia-cristã [italiana] e impedir a vitória dos comunistas na primeira eleição pós-guerra e se Woytila [João Pulo II] foi um aríete que abriu o primeiro rombo no muro [regimes comunistas] europeu, o papa argentino poderá desempenhar o mesmo papel em escala latino-americana. Sua passada militância na Guarda de Ferro [juventude peronista de direita], o discurso populista que permanece — e, com ele, poderia até mesmo adotar causas históricas, como a das Malvinas — o habilitam a disputar a liderança desse processo, afrontando com palavras os exploradores e pregando mansidão aos explorados.
VolteiNo trecho acima, fica evidente que Verbitsky está empenhado em defender o governo de Cristina Kirchner, o primeiro que teria se preocupado com os pobres. Acusa o agora papa de ter tentado unificar a oposição contra essa grande líder… É uma mentira estúpida!  Mas isso ainda é o de menos.
Verbitsky incita os tolos a acreditar na mais recente teoria conspiratória: a de que Francisco faria parte de um grande complô para dominar a América Latina. Sei… Dominar contra quem e a favor de quem? Ele responde: a função do papa seria acalmar os pobres e, quem sabe?, indispô-los com líderes da qualidade de Cristina Kirchner, Rafael Correa ou Nicolás Maduro…
O jornalista demonstra ser também um homem sem nenhuma vergonha do ridículo. Dá curso a outras fantasias, como a história de que a CIA financiou Pio XII para que este garantisse recursos à democracia cristã italiana (por que a CIA precisaria do papa pra isso?) e a de que João Paulo II fazia parte de um complô para pôr fim ao comunismo…
É impressionante que tal grau de estupidez acabe influenciando o noticiário internacional. Por quê? De onde vem a credibilidade de Verbitsky? Ora, do fato de ter sido um terrorista e de ser um militante de esquerda, que conta com uma impressionante rede de difamação mundo afora. Não! Essa rede não obedece necessariamente a um comando de conspiradores. A maioria dos que veiculam essas porcarias é formada por idiotas, por inocentes úteis.
As teorias conspiratórias só prosperam porque rematados cretinos se querem superiormente inteligentes para detectar agentes secretos em ação. Quanto mais atrasado e miserável é o país, maior é o número de teorias conspiratórias influentes. Vejam Evo Morales: conseguiu convencer a maioria do povo boliviano de que capitalistas cúpidos sonham em dominar a Bolívia… Naquele país, o Brasil é visto como um satã imperialista… 
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 12 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Não! Chávez não era metade gênio e metade idiota. Era cem por cento idiota, além de comandar um governo infiltrado pelo terrorismo e pelo narcotráfico

Blogs e Colunistas
07/03/2013
 às 5:37

Não! Chávez não era metade gênio e metade idiota. Era cem por cento idiota, além de comandar um governo infiltrado pelo terrorismo e pelo narcotráfico

Foi-se o pistoleiro maluco! Que a Venezuela reencontre o caminho da democracia
A morte de Hugo Chávez revela que estamos vivendo dias um tanto sombrios. Os valores da democracia estão em crise. Basta ler o noticiário para constatá-lo. Chego à conclusão de que os idiotas e os simpatizantes de tiranias supostamente virtuosas estão no comando de alguns veículos da imprensa, ainda que eles próprios dependam vitalmente da liberdade. Por que escrevo isso? Vamos ver.
A antiga pauta de esquerda — a revolução socialista — foi definitivamente aposentada. Assumiu, ao longo do tempo, uma nova configuração, bem mais fragmentada. Vivemos sob o signo da reparação das chamadas “injustiças históricas”: com os pobres, com os negros, com os indígenas, com as mulheres, com os gays, com os quilombolas, com a natureza… Escolham aí. A cada pouco surge uma nova “minoria” — sociologicamente falando — disposta a impor a sua pauta como precondição para a justiça universal. É evidente que não tenho nada contra a justiça, ora bolas! Por que não seria eu também um homem tão bom quanto os ciclistas, por exemplo? É claro que sou! É alguém me falar do bem, do belo e do justo, e estou dentro, estou com os bacanas.
Se todo mundo quer um mundo perfeito, não serei eu a ficar fora dessa festa. A questão é saber como essas reparações todas serão realizadas no âmbito da democracia, de uma sociedade de direito, que respeite os direitos individuais. Governar com ditadura é fácil; com democracia é que é o “x” do problema.
Cansei de ler nestes dois dias alguns raciocínios perigosos. Eles consistem basicamente na aceitação tácita de que a melhoria de alguns indicadores sociais na Venezuela — e houve — estão atreladas ao “modelo” inventado por Hugo Chávez. O desemprego, com efeito, caiu de 14,5% em 1999, quando ele chegou ao poder, para 8% no ano passado. Mas também chegou a 18% em 2003, no seu quinto ano de governo. Já a inflação era de 29,9% em 1998, quando ele foi eleito pela primeira vez, e chegou a 33% no ano passado. O seu menor índice foi em 2001, com 12%. O IDH subiu de 0,656 para 0,735 em 2011 e passou, por exemplo, o do Brasil.
Não é segredo para ninguém que Chávez usou o dinheiro farto do petróleo para empreender um forte programa assistencialista. E é esse assistencialismo que garante a adesão entusiasmada dos mais pobres a seu governo. Também é claro as ditas elites tradicionais da Venezuela estavam entre as mais corruptas e socialmente insensíveis do mundo — o que acaba facilitando a emergência de líderes com o seu perfil. Vale para a Venezuela, a Bolívia, o Equador… Mas a rapacidade das ditas-cujas justifica o modelo bolivariano?
Chávez tomou, sim, iniciativas que minoraram o sofrimento dos mais pobres. Isso não está em debate. A questão é saber por que ele precisava da ditadura. A questão é saber por que ele precisava apelar a um regime de força. Essas perguntas não têm resposta porque simplesmente a pantomima bolivariana era desnecessária. Lula também tentou impor alguns instrumentos de exceção no Brasil. Não conseguiu — não ainda ao menos. E nada impediu o petismo de levar adiante a sua lenda.
O presente que corrói o futuroChávez transformou a Venezuela no, se me permitem, país da manocultura do petróleo. Estão lá 25% das reservas mundiais do óleo. Enquanto ele for uma matriz energética — e será ainda muito tempo —, é evidente que o país contará com dinheiro para manter as políticas assistencialistas, ainda que produza muito menos do que pode. Notem: essas políticas não são um mal em si. Mas para que futuro apontam quando se tornam um fim em si mesmas?
Apontam para o desastre. Chávez acabou com o que havia de agricultura de ponta na Venezuela, por exemplo. O país não produz mais comida. Expropriou empresas estrangeiras, espantou o capital privado e transformou milhões de venezuelanos em estado-dependentes. Sem a diversificação da economia — impossível no regime bolivariano —, assim continuarão. O petróleo responde por 50% das receitas do governo e constitui quase 100% da receita de exportação. Nas palavras do economista venezuelano Moisés Naim ao Wall Street Journal: “Nunca um líder latino-americano perdeu tanto dinheiro, gastou tão mal os recursos e usou de maneira tão incorreta o poder que lhe foi dado”. Na mosca!
Os tontosNão, senhores! O autoritarismo de Chávez não era uma espécie de mal necessário a justificar, então, um bem — a saber: a redução da pobreza e a diminuição da desigualdade. Esse e um juízo delinquente e está na raiz, diga-se, das exegeses malandras sobre o 54 anos da ditadura cubana. Durante décadas, o suposto bem-estar social de Cuba serviu para ocultar os crimes dos irmãos Castro. Pelo menos cem mil pessoas morreram (17 mil fuziladas; as demais tentando fugir da ilha) sob o silêncio cúmplice do resto do mundo para que se construísse por lá aquele paraíso…
Mas os tempos — e então volto ao ponto central deste texto — andam simpáticos às ideias de reparação a qualquer preço. Se Chávez sucedeu as ditas “elites insensíveis” de antes, então tudo lhe seria permitido, inclusive a violação dos fundamentos mais comezinhos da democracia e, não custa notar, do direito internacional. Nem mesmo se pergunta o óbvio: como poderia estar hoje a Venezuela se ele não tivesse destroçado a economia do país? Os ditos programas sociais poderiam estar em vigência, certo? Por que não? Talvez houvesse menos venezuelanos trabalhando para órgãos estatais ou dependentes da ajuda oficial. Certamente o povo seria mais livre.
Chávez distribuiu, sim, parte da riqueza do petróleo por intermédio desses programas, com os quais cevou o eleitorado. Mas roubou, e por muitos anos, o futuro do país, que terá de ser reconstruído — a começar das instituições.
Exportador da “revolução” e importador do terrorCumpre lembrar, ainda, do Chávez “exportador da revolução”. Meteu as patas no Equador, na Bolívia e até na Argentina. Enviou uma mala com US$ 800 mil para ajudar a financiar a primeira eleição de Cristina Kirchner. Inspirou a tentativa de golpe em Honduras e depois tentou articular, com a ajuda do Brasil, uma guerra civil naquele país. Armou, isto ficou comprovado, os narcoterroristas das Farc, da Colômbia, e se fez seu interlocutor privilegiado. Em Caracas, há uma praça com o nome do fundador do grupo: Manuel Marulanda. Atenção! Quando o coronel tentou dar um golpe na Venezuela, em 1992, os narcoterroristas lhe enviaram 100 mil pesos — mais ou menos US$ 50 mil à época. No poder, o ditador repassou para os bandidos estupendos US$ 300 milhões. As informações estavam no laptop do terrorista morto Raúl Reyes.
É pouco? Chávez celebrou acordos de cooperação militar E NUCLEAR com o Irã, e o Hezbollah, movimento terrorista baseado no Líbano e que é satélite do país dos aiatolás, estabeleceu uma base de operações na Venezuela.
As relações do estado venezuelano com o narcotráfico também já estão mais do que evidenciadas. Em abril do ano passado, o juiz Eladio Aponte Aponte, da Corte Suprema do país, fugiu para a Costa Rica. Pediu para entrar no sistema de proteção que a agência antidrogas dos EUA oferece aos delatores considerados importantes. Confessou que, a pedido do governo, atuou para proteger o narcotráfico. Nada menos de metade da cocaína que entra nos EUA tem origem na Venezuela. Leiam trecho de reportagem de O Globo de 7 de maio de 2012
[o juiz] deu como exemplo um caso no qual está envolvido um ex-adido militar venezuelano no Brasil, o tenente-coronel Pedro José Maggino Belicchi. Segundo o juiz-delator, Maggino Belicchi integra a rede militar que há anos utiliza quartéis da IVª Divisão Blindada do Exército da Venezuela como bases logísticas para transporte de pasta-base e de cocaína exportadas por facções da Farc, a narcoguerrilha colombiana. O tenente-coronel foi preso em flagrante no dia 16 de novembro de 2005, com outros militares, transportando 2,2 toneladas de cocaína em um caminhão do Exército (placa EJ-746).
Na presidência da Suprema Corte, Aponte Aponte diz ter recebido e atendido aos apelos da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do organismo venezuelano de repressão a drogas para liberar Magino Belicchi e os demais militares envolvidos. Faz parte da rotina judicial venezuelana, ele contou na entrevista à televisão da Costa Rica.
O general Henry de Jesus Rangel Silva, citado pelo juiz-delator, comandou a Quarta Divisão Blindada, uma das unidades mais importantes do Exército venezuelano. Desde 2008, ele figura na lista oficial de narcotraficantes vinculados às Farc colombianas e cujos bens e contas bancárias estão interditados pelo governo dos Estados Unidos. Em janeiro, o presidente Hugo Chávez decidiu condecorá-lo em público e promovê-lo ao cargo de ministro da Defesa. “Rangel Silva é atacado”, justificou Chávez em discurso.
(…)
EncerrandoAlguns indicadores sociais da Venezuela melhoraram, sim. É obrigação dos governos. O mesmo se deu em países que se mantiveram no rumo democrático. A ditadura, pois, foi uma escolha de Chávez e de sua camarilha que independe dessa ou daquela medidas.
O cem por cento idiota deixa um país com as instituições em frangalhos, com a economia combalida, com uma inflação da ordem de 30%, infiltrado pelo terrorismo e pelo narcotráfico. O homem que morre, reitero, merece piedade, como qualquer um. O ditador, no entanto, nunca deveria ter existido. A América Latina está mais sã. Agora é preciso desalojar, pela via democrática e pela luta política, a camarilha criminosa que está no poder.
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 5 de março de 2013

Chávez foi vítima, isto sim, da própria farsa. E o que Lula não teve tempo de lhe ensinar


Pobre Venezuela!
Dá para saber quando um destino cruel aguarda um povo. Destino? Trata-se, na verdade, de uma construção. Desgraçadamente, a resposta que o país encontrou para uma elite dirigente que entrou em falência foi o chavismo, um misto de banditismo político com delírio ideológico retrô. É evidente que sérias turbulências virão pela frente porque o modo de governo inventado por Hugo Chávez só funciona com o carisma do caudilho. Assim que o coronel der o último suspiro (se é que já não deu), os gângsteres que o cercam iniciarão a luta intestina pelo poder — ainda que a imagem do mártir garanta ao menos mais uma eleição para a turma. A questão é que, em breve, mais de um poderá dar murro na mesa.
É patético! É melancólico! É triste!
Imaginem quão sem saída está um regime obrigado a inventar uma conspiração, que estaria na origem da doença do líder. Nicolás Maduro sugere, em sua fala, que o câncer do comandante foi obra dos EUA. Ninguém sabe ao certo o mal que acometeu o ditador. Uma coisa é evidente: Cuba não era o melhor lugar para ele se tratar. É aí que se percebe que o bandido farsante obrigou-se a ser, ao menos, verossimilhante.
Entendam o que estou querendo dizer: neste particular ao menos, Chávez é mais burro e mais fiel ao credo que proclama do que Lula, por exemplo — que fez muito bem, claro!, em se tratar no Sírio-Libanês. O Apedeuta é infinitamente mais inteligente do que o bandoleiro de Caracas e faz da incoerência uma arma política. Ele não foi se tratar via SUS — que, segundo chegou a dizer, estava “perto da perfeição”. Escolheu um hospital de ponta e proclamou: todos deveriam ter direito àquele tratamento especializado.
Pouco importa o tipo de câncer de Chávez, suas chances seriam evidentemente maiores no Brasil, nos EUA e em alguns países europeus. Mas isso, para a sua mística, seria entendido como uma espécie de rendição. Médicos brasileiros e um grande hospital chegaram a ser sondados. O ditador queria, no entanto, a garantia de que poderia ter aqui a cortina de silêncio que lhe foi assegurada em Cuba. Ao saber que não seria possível porque a democracia brasileira não permite, restava-lhe escolher, deixem-me ver, entre Cuba e a Coreia do Norte…
Boa parte de seu padecimento, que certamente não está sendo — ou foi — pequeno, se deve ao fato de que resolveu levar adiante a sua farsa. Não aprendeu as artes de Lula, que jamais é refém da própria palavra. Muito pelo contrário: a cada vez que ele joga no lixo o que disse antes para afirmar o contrário, proclama a própria inteligência, a própria esperteza.
Em lugar de Chávez, o Apedeuta se trataria, como se tratou, num hospital de ponta e ainda diria:
“Eles (*) acham que um metalúrgico não pode ter hospital de rico. Mas eu quer dizer que, nestepaiz, um dia, todo mundo vai se tratar no Sírio-Libanês. E vai ser tudo pelo SUS. Eu acho de que (!) as elites brasileiras precisam aprender que o trabalhador tem direito também a essas máquinas caras…. “
E todos aplaudiriam. A Marilena Chaui mesmo ficaria extasiada: “Olhem! Parece a deusa Métis falando; quando Lula fala, o mundo se ilumina!”. O nosso Apedeuta tem um lado macunaímico. Se lhe derem folga, “brinca” (este verbo terá sentido pleno para quem leu o livro) até durante o expediente. Mas não se deve toma-lo por tolo. Sabe ser calculista e autoritário se preciso, e o país, institucionalmente, regrediu muito sob o seu comando e/ou orientação.
Lula não traz consigo aquela mística da “sangre” da América espanhola, do “resistiremos até o último homem”. Enquanto permitirem que ele avance, ele vai — se ninguém reclamar, chega à ditadura. Se a coisa começar, no entanto, a se complicar demais, ele dá um jeito de chupar balas Juquinha…
Por Reinaldo Azevedo

A mentira do fim da miséria.


Dilma Rousseff anda dizendo que acabou com a miséria absoluta. Afirma isso porque garantiu que 2.500.000 brasileiros receberão R$ 70 mensais, no mínimo. O acréscimo representará mais R$ 773 milhões em 2013. O programa Bolsa Família já consome cerca de R$ 20 bilhões por ano. Não é muito para um PIB de R$ 4,4 trilhões. Se considerarmos que os brasileiros pagaram R$ 1,55 trilhão de impostos em 2012, o bolsismo consome apenas 1,29% do bolo tributário. Uma vergonha!
 
É uma grande mentira afirmar que a miséria acabou. Ela está apenas mascarada pela Bolsa Família. E é uma safadeza falar no valor mínimo de R$ 70. O que este governo desavergonhado deveria informar aos incautos é que o valor máximo da Bolsa Família não ultrapassa R$ 306. Só aquelas raras famílias numerosas, com muitos filhos estudando, com muitas bocas para alimentar, recebem tal valor. Só estas poucas conseguem chegar aos R$ 306 mensais, que é menos da metade de um salário mínimo que cada cidadão brasileiro deveria receber, segundo a Constituição Federal.
 
Com o benefício máximo da Bolsa Família, de R$ 306, uma mãe cheia de filhos não consegue comprar uma cesta básica na cidade de São Paulo. O valor, em janeiro, alcançou R$ 318,40. A cesta básica em Florianópolis, Porto Alegre, Vitória e Brasília também ultrapassa o teto da Bolsa Família. E falam que acabaram com a miséria.
 
Em Aracaju, onde a cesta básica tem o preço mais baixo do Brasil (R$ 231,60), uma família que recebe o teto máximo da Bolsa Família tem que dedicar 76% do que recebe apenas para pagar este mínimo mensal de alimentos. Sobram cerca de R$ 80 para farmácia, roupa, aluguel, transporte e todas as outras necessidades básicas. Quanta fartura!

Mas há outra realidade atroz: a média nacional da Bolsa Família é de R$ 97. Para comprar uma cesta básica na mesma Aracaju, a família beneficiária precisa poupar três meses o valor integral recebido.
 
Para que se tenha noção do poder aquisitivo de R$ 70, este valor compra apenas 22% de uma cesta básica em São Paulo e somente 30% em Aracaju. E representa pouco mais do que 10% de um salário mínimo. Qualquer vendedor de bugiganas ganha isso pedindo no semáforo.  É por isso que as ruas estão cheias deles. Para Dilma Rousseff e seu governo de mentiras, quem ganha R$ 70 mensais deixou de ser miserável. É muita ambição eleitoral e pouca consideração pelo ser humano.

A propósito, em janeiro, a cesta básica aumentou 17,85% em Salvador, segundo o Dieese. Os R$ 70 da Bolsa Família continuam os mesmos. Não é Dilma quem vai "acabar" com os  miseráveis do Brasil. É a inflação que o PT está trazendo de volta.

(Publicado originalmente às 00:16 de hoje)
Tirado do Coturno Noturno

sábado, 2 de março de 2013

2005, o ano que o PT tenta esquecer


O petista que explora, na internet, a indústria da difamação


Reportagem de VEJA mostra como André Guimarães, que difundiu falso dossiê sobre Yoani Sánchez, tenta vender tecnologia da RedePT13 a prefeituras do partido

Hugo Marques
DINHEIRO PÚBLICO - André Guimarães (à dir.) trabalha no gabinete do deputado André Vargas, vice-presidente da Câmara
DINHEIRO PÚBLICO - André Guimarães (à dir.) trabalha no gabinete do deputado André Vargas, vice-presidente da Câmara  (Juliana Knobel/Frames/Estadão Conteúdo)
São muitas as histórias de anônimos que alcançaram a fama por meio da internet. O petista André Guimarães tem planos ambiciosos nessa direção. Criador da RedePT13, uma organização virtual formada por perfis falsos e blogs apócrifos usados para atacar aqueles que são considerados inimigos do partido, ele já é uma celebridade entre seus pares. Se é preciso espalhar uma mentira para difamar alguém, Guimarães é acionado. Se for apenas para ridicularizar um oponente, o rapaz conhece todos os caminhos sujos. Na visita da blogueira Yoani Sánchez, ele trabalhou como nunca. A rede postou montagens fotográficas, incentivou os protestos e difundiu um falso dossiê produzido contra ela pela embaixada cubana. O problema é que o "ciberguerrilheiro" petista sustenta sua atividade criminosa com dinheiro público, dinheiro do contribuinte. André Guimarães é funcionário do Congresso. Está lotado e recebe salário no gabinete do deputado André Vargas, o atual vice-presidente da Câmara e secretário nacional de comunicação do PT. Mas, como dito, o rapaz é ambicioso.