segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sempre termina no mesmo lugar - Campinas: lobistas usaram escritório de publicitário do PT

Por Fausto Macedo, no Estadão:


Ás da comunicação e marketing de campanhas do ex-presidente Lula, da senadora Marta Suplicy e outros nomes do primeiro escalão do PT, o publicitário Dudu Godoy emprestou seu escritório em Campinas para uma reunião de lobistas da organização criminosa a quem o Ministério Público imputa fraudes em série e desvios de R$ 615 milhões dos cofres públicos.

A revelação, incluída no relatório de inteligência da promotoria, foi feita por Luiz Augusto Castrillon de Aquino, ex-presidente da Sanasa, companhia de saneamento de Campinas, foco de corrupção que aponta para políticos próximos a Lula.

Aquino fez acordo de delação premiada. Em busca do perdão judicial ofereceu dois relatos minuciosos, em janeiro, nos quais traça os movimentos do grupo que teria se apossado de setores da administração Dr. Hélio (PDT), prefeito de Campinas e amigo do ex-presidente.

A promotoria afirma que Rosely Nassim, primeira-dama e chefe de gabinete do marido prefeito, ocupa o topo da organização. Ela ia ser presa, mas um habeas corpus a livrou de “medidas coercitivas”.

A promotoria quer saber o grau de relação entre Dudu Godoy, Aquino e os lobistas Emerson Geraldo de Oliveira e Maurício Manduca. Alvos da devassa, Oliveira e Mancuda seriam o elo de prefeitos e empresários no esquema de corrupção. A próxima etapa da investigação mira contratos da prefeitura de Campinas na área de publicidade.

Oliveira e Manduca foram presos em setembro, quando a promotoria deflagrou a primeira fase da operação. Há duas semanas, a Justiça ordenou novamente a prisão dos dois.

O delator afirma que Dudu Godoy o procurou e intermediou encontro dos lobistas para “resolver o impasse”. O publicitário confirma ter cedido seu gabinete para os protagonistas do escândalo que assombra Campinas e inquieta o PT. Mas nega que tenha procurado Aquino. “Quem solicitou o escritório para fazer uma reunião foi o próprio senhor Aquino, pedindo para fazer uma reunião com umas pessoas”, retrucou o publicitário.

Partilha. No escritório de Dudu, os lobistas e Aquino trataram da divisão de valores ilícitos. A partilha foi motivo de grave desavença no coração da organização. Oliveira e Manduca não estariam repassando dinheiro desviado de contratos. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Escândalo do PT de Campinas: um novo mensalão?




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sábado, 21 de maio de 2011

Mensalão - A incrível história da petista honesta, demitida do Banco do Brasil e hoje ameaçada de morte


Não deixe de ler reportagem de Hugo Marques na VEJA desta semana. Ele conta a história de Danevita Ferreira de Magalhães, uma das principais testemunhas contra os larápios do mensalão. Segue um trecho:


(…)

Ex-petista, Danevita Ferreira de Magalhães era gerente do Núcleo de Mídia do Banco do Brasil quando, ainda em 2004, foi instada a participar de uma fraude para justificar a remessa de nada menos que 60 milhões de reais às arcas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o caixa-forte do mensalão. Ela não se curvou à ordem. Por isso, foi demitida e viu sua vida virar de cabeça para baixo. Ameaçada de morte e vivendo de favor na casa de amigos, Danevita é agora uma testemunha-chave do Ministério Público Federal para provar que o mensalão foi abastecido, sim, com dinheiro publico. Entre 1997 e 2004, Dane, como é carinhosamente chamada pelos poucos amigos que lhe restaram, coordenou o núcleo do Banco do Brasil que administrava os pagamentos às agências de publicidade contratadas para fazer a propaganda da instituição e de seus produtos. Por esse núcleo, formado por representantes das agências, passava todo o papelório necessário para liberar os mais de 180 milhões de reais gastos a cada ano nas campanhas publicitárias do banco.

Foi no momento de assinar um desses documentos que Danevita viu sua carreira desmoronar. O papel fugia completamente aos padrões. Tratava-se de uma ordem para chancelar um pagamento de 60 milhões de reais à DNA Propaganda, uma das empresas do mineiro Marcos Valério que abasteceram o mensalão. Detalhe: o dinheiro já havia sido repassado para a DNA, e o documento só serviria para atestar, falsamente, a veiculação de uma campanha fictícia que nunca fora ao ar. Uma fraude completa. A assinatura de Danevita era necessária para legitimar a operação. À Polícia Federal, ela disse que um dos diretores da DNA admitiu, na ocasião, que o serviço jamais seria prestado. Ato contínuo à decisão de negar a assinatura que tanto valeria a Marcos Valério e ao esquema que já no ano seguinte ficaria conhecido como mensalão, veio a demissão. “Como não assinei, fui demitida”.

*

Leia na revista detalhes dessa história típica da República da Companheirada.

Por Reinaldo Azevedo



Tags: Danevita Magalhães, Mensalão

quinta-feira, 19 de maio de 2011

10 motivos para suspeitar de Palocci

1. Ele escondeu a sua atividade paralela, exercida quando era deputado federal, com acesso a dados sigilosos na Comissão que presidia na Câmara.

2. Ele não revela os serviços que prestava na sua consultoria.

3.Ele não revela os clientes que atendia.

4. Ele teve restituição de imposto de renda na pessoa física em 2007 e 2008, mesmo com renda como deputado acima de R$ 200 mil, acrescida de ganhos como consultor.

5. Ele mudou o ramo da empresa de consultoria para empresa do ramo imobiliário para administrar única e exclusivamente dois imóveis.

6. Ele manteve a empresa funcionando, o que pressupõe que deva continuar operando, mesmo enquanto ministro.

7. Ele tem antecedentes de usar a máquina pública em seu benefício.

8. Ele foi defendido pelo Michel Temer.

9. Ele foi defendido pelo Gilberto Carvalho.

10. Ele é petista.

Tirado do Coturno Noturno

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais um cara de pau

Tirado do Coturno Noturno




segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mais um cara de pau.

Assista ao vídeo de João Paulo Cunha, deputado federal pelo PT de São Paulo, um dos quarenta do Mensalão. Ele nega a existência do esquema criminoso. A entrevista é de ontem à noite.

Agora relembre uma pequena parte da denúncia do Mensalão, feita pelo Procurador Geral da República:

"Dentro desse contexto de intimidade, o Marcos Valério chegou a presentear João Paulo Cunha com uma caneta de marca mont blanc79. Em uma dessas reuniões, Marcos Valério, em nome de Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Rogério Tolentino, ofereceu vantagem indevida (50 mil reais) a João Paulo Cunha, tendo em vista sua condição de Presidente da Câmara dos Deputados, com a finalidade de receber tratamento privilegiado no procedimento licitatório em curso naquela Casa Legislativa para contratação de agência de publicidade. João Paulo Cunha, por seu turno, não apenas concordou com a oferta, como, ciente da sua origem criminosa, engendrou uma estrutura fraudulenta para o seu recebimento.


Importante destacar que João Paulo Cunha tinha plena ciência da estrutura delituosa montada pela organização criminosa descrita no tópico anterior. Um dos coordenadores da campanha presidencial de 2002, ali teve início seu relacionamento com Marcos Valério, que procurou o núcleo central da organização delitiva para oferecer os préstimos da sua própria quadrilha. Integrante de escol do Partido dos Trabalhadores, teve seu nome lançado para uma função estratégica dentro das pretensões do grupo: presidir a Câmara dos Deputados. Referida indicação contou com o aval do núcleo central da organização composta por José Dirceu, Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno.


Diante disso, como já descrito, vinculou-se com grande intimidade a Marcos Valério. Nessa linha, consciente de que o dinheiro tinha como origem organização criminosa voltada para a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e contra a administração pública, o João Paulo Cunha, almejando ocultar a origem, natureza e o real destinatário do valor pago como propina, enviou sua esposa Márcia Regina para sacar no caixa o valor de cinqüenta mil reais em espécie. A retirada do montante de cinqüenta mil reais em espécie foi realizada no dia 4 de setembro de 2003 no Banco Rural em Brasília, com o emprego do estratagema fraudulento montado pelos denunciados dos núcleos publicitário e financeiro."

domingo, 15 de maio de 2011

Palocci acha que a gente é imbecil.

Tirado do Coturno Noturno

Antonio Palocci, ministro da Casa Civil, ganhou mais de R$ 6 milhões em dois anos, comprou dois imóveis e aí mudou o objeto da empresa de consultoria para administração de imóveis que comprou com o dinheiro da consultoria. Que meigo! Que sublime!  Ninguém ganha R$ 6 milhões em consultoria em dois anos, a não ser que tenha uma super estrutura. Que seja uma Deloitte. Uma KPMG. As principais empresas de consultoria cobram cerca de R$ 200 a hora. Grandes projetos, enormes projetos, imensos projetos,  faraônicos projetos, demandam 10.000 horas, chegando a R$ 2 milhões. Palocci, sozinho, teria trabalhado algo como 30.000 horas em dois anos. Um absurdo. Uma senhora invenção. Palocci está chamando todo mundo de imbecil. Mas como ele já foi o dono da Receita Federal e feitor do Ministério da Fazenda, ninguém vai investigar. É um escândalo. Tráfico de influência, lobby, esquemão, consultoria mudou de nome no Brasil.

sábado, 14 de maio de 2011

Menas laranja

Assista ao vídeo aqui


E agora relembre quem é o maior culpado por esta aberração. Precisa dizer quem?

Se vocês imaginarem o tipo de preconceito que eu sofri, acho que eu sofri todos os preconceitos: o preconceito de ser nordestino, o preconceito de não ter diploma universitário, o preconceito de às vezes falar errado, eu falava “menas laranja”, eu não sabia que era para falar “menos laranja”, eu falava “menas”. E aí eu descobri com o Paulo Freire: o importante era que as pessoas compreendiam o que eu falava. E aí eu fui me corrigindo, e hoje eu falo até “en passant”, “concomitantemente”, são duas palavras chiques, guardadas para os momentos importantes.

Frase do dia

A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua.


Ruy Barbosa

Segundo estudo, novo chanceler dos narcoterroristas opera no Brasil

Na Folha:


O relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), elaborado a partir de suposta troca de comunicação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), sugere que opera no Brasil um guerrilheiro cotado como o novo “chanceler da guerrilha”. Em grande parte das menções ao país, aparece Orlay Jurado Palomino como remetente. Ele é citado com diferentes codinomes. Palomino é um dos que citam transferência de dinheiro -incluindo o uso de bancos- e deslocamentos pelo Brasil. Menciona, por exemplo, uma viagem a Fortaleza.

Ele era considerado um dos homens de confiança de Raúl Reyes, o principal nome político e de articulação internacional das Farc, até ser morto no bombardeio colombiano ao Equador, em 2008. É de seus computadores que emergem as mensagens compiladas e analisadas pelo IISS. Há muito a Polícia Federal segue o rastro de guerrilheiros no país, sobretudo os ligados ao narcotráfico.

DETALHES

O que emerge do extenso arquivo de Reyes são detalhes sobre a movimentação do “braço político” da guerrilha no país. Palomino é um interlocutor frequente de Francisco Antônio Cadena Collazos, o Olivério Medina, que tem status de refugiado político no Brasil desde 2006, e do ex-vereador Edson Albertão, do PSOL-Guarulhos. A troca de mensagens mostra dois momentos em que Palomino temeu ser preso no Brasil -quando da breve prisão de Medina, em 2006, e logo após o sequestro e prisão de Rodrigo Granda, o “chanceler das Farc”, dois anos antes, em Caracas. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A mão rápida de Marina no Twitter e o contra-ataque de Aldo

Havia uma figura de negro ontem na Câmara, ar severo, pés no chão, cabeça nas estrelas, coração na mata, o espírito nas esferas celestiais. Era Marina Silva, a verde, vestindo preto para expressar seu luto pela eventual aprovação no novo Código Florestal. A vestal já tinha marchado duas vezes sobre Brasília, indo de seu templo, onde guarda o fogo sagrado, até o templo do poder, o Palácio do Planalto, pedir que não se votasse o texto. Nada de debater na planície. Nada de tentar negociar no Congresso — ela até já havia desdenhado um tantinho do Parlamento. Quem decide, ela deixou claro, é o governo. É a democracia que teremos se esta senhora um dia chegar lá.


Muito bem! Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara — aquele que quer criar um código verde, sim, mas para as cooperativas de maconheiros — , discursou e afirmou que Aldo Rebelo (PC do B) havia mudado o texto acordado com o governo e com as oposições. Teixeira não é mentiroso, a gente sabe, mas aquilo que ele dizia era uma mentira.

Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara, e Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, haviam acompanhando pessoalmente a feitura do texto. O busílis era outro. Usando um direito constitucional que tem, os partidos de oposição fariam um destaque para tentar tirar do governo o direito de legislar sobre culturas agrícolas por decreto (ver texto acima).

Foi o bastante para que a santa do pau oco da floresta mandasse brasa no Twitter: “Estou no plenário da Câmara. Aldo Rebelo apresentou um novo texto, com novas pegadinhas, minutos antes da votação. Como pode ser votado?!” Marina é assim: a Aiatolá da Natureza decreta a fatwa contra a reputação de quem bem entende, e danem-se os fatos. Não tinha havido alteração nenhuma texto — tanto que ele estava devidamente assinado por Teixeira. Aldo se zangou e mandou ver: “Quem fraudou contrabando de madeira foi o marido de Marina Silva!”. Segundo Aldo, quando líder do governo na Câmara, foi procurado por Marina para convencer outros deputados a não convocar o marido, Fábio Vaz de Lima, a prestar esclarecimentos no Congresso sobre a denúncia de crime ambiental.

O plenário explodiu em aplausos. Os verdes ensandeceram. O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) tratou o relator aos berros: “Canalha! Traidor!”. Um outro, não sei quem, queria que Aldo, imaginem vocês, pedisse desculpas a Marina, como se uma divindade tivesse sido desrespeitada. Não custa lembrar: no debate eleitoral do ano passado, Marina afirmou que a violência estava fora do controle em São Paulo… Quem vai contestar a entidade, não é mesmo?

Mogno

Ainda em 2004, o Ibama, subordinado a Marina, fez uma doação de 6 mil toras de mogno apreendidas para a ONG Fase (Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional). A Fase era uma das entidades que integrava o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), de que Fábio, o maridão, era dirigente. Houve denúncias de que a política de doação do Ibama seria uma forma de esquentar madeira ilegal extraída da Amazônia. O próprio TCU condenou a doação, dizendo que ela foi promovida sem observar os princípios da isonomia, impessoalidade e publicidade. “Ao menos nos elementos trazidos aos autos, não ficaram claros os motivos que levaram à escolha da Fase como donatária”, disse o relator do processo, ministro Humberto Souto ao Jornal do Brasil.

Ibama

Aldo deu uma mãozinha ao marido de Marina, que eu saiba, como ministro da Coordenação Política, em 2004. Funcionários do Ibama denunciaram uma falcatrua no órgão, e um requerimento do então deputado tucano Luiz Calos Hauly (PR) pediu a realização de uma audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Eram convidados a falar o então presidente do Ibama, Marcus Luiz Barroso Barros; o ex-diretor de Gestão estratégica, Leonardo Tinoco, Fábio Vaz e o chefe do Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) do órgão, Atanagildo de Deus Matos.

Segundo a denúncia, o Programa de Desenvolvimento Comunitário das Reservas Extrativistas, financiado pelo BNDES, teria sido superfaturado. Leonardo Tinoco e dois outros servidores teriam sido demitidos porque discordaram dos valores do projeto elaborado pelo Conselho Nacional de Seringueiros. O tal Atanagildo, que já respondia a inquérito administrativo, acusado de desvio de R$ 1,5 milhão em um programa ambiental financiado pelo Banco Mundial, teria feito a tabela de preços para o programa das reservas extrativistas.

Muito bem! E o marido com isso? Ele seria o verdadeiro autor do projeto. À época, estava lotado no gabinete do então senador Sibá Machado (PT-AC). Sibá, suplente de Marina, só estava no Senado porque ela era ministra. Não lhes parece, então, muito natural que o marido da titular fosse assessor do suplente? Sibá, hoje em dia, é deputado federal e saiu ontem em defesa do marido de Marina. Foi mais longe: pediu, sabe-se lá com que autoridade, que a fala de Aldo fosse retirada dos anais da Câmara.

Tirado de Reinaldo Azevedo

terça-feira, 10 de maio de 2011

Em representação, procurador pede que Lulla seja criminalmente responsabilizado pelo mensalão e o acusa de "atitude debochada"

Vão chamá-lo quixotesco e espicaçá-lo — ontem à noite, a rede petista já escarafunchava a sua vida para acusá-lo de uma penca de irregularidades —, mas o fato é que, nesses dias em que José Genoino recebe medalha do Ministério da Defesa, e Delúbio Soares marca a sua volta ao PT com uma festança, com João Paulo Cunha (PT-SP) brilhando da Comissão de Constituição e Justiça, não deixa de ser um ato de coragem o procurador da República Manuel Pestana, que atua no Rio Grande do Sul, encaminhar uma representação à Procuradoria Geral da República em que pede que Lula seja responsabilizado criminalmente pelo mensalão. A íntegra da representação está aqui.


Os motivos

Mas quais são os indícios apontados por Pestana para pedir a responsabilização criminal de Lula? O procurador recorre à denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República e aceita pelo STF, segundo a qual o banco BMG foi um dos operadores do mensalão. Resume, então, Pestana (em azul):

É que, segundo a denúncia do mensalão, que resultou no maior processo criminal da história do Supremo Tribunal Federal, o banco BMG teria participação no esquema criminoso, repassando vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, sob o disfarce de empréstimos bancários. Veja-se o que diz trecho da acusação (fl. 17 da denúncia): “Também foram repassadas diretamente pelos Bancos Rural e BMG vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, comandado formal e materialmente pelo núcleo central da quadrilha, sob o falso manto de empréstimos bancários.” (grifo nosso). E mais. Conforme consta à fl. 182 do relatório da Polícia Federal, divulgado recentemente pela imprensa, a perícia contábil detectou cinco “empréstimos” milionários feitos, entre 2003 e 2004, pelo Banco BMG ao PT e mais três empresas que teriam participado do mensalão.


A denúncia do mensalão afirma que o BMG foi beneficiado com operações financeiras decorrentes de empréstimos bancários feitos a segurados do INSS, mediante consignação em folha de pagamento. Veja-se o que diz a inicial da Ação 470, em trâmite no STF (fl. 18 da denúncia): ‘Ficou comprovado que o Banco BMG foi flagrantemente beneficiado por ações do núcleo político-partidário, que lhe garantiram lucros bilionários na operacionalização de empréstimos consignados de servidores públicos, pensionistas e aposentados do INSS, partir de 2003, quando foi editada a Medida Provisória nº 130, de 17.09.03, dispondo sobre o desconto de prestações em folha de pagamento dos servidores públicos e também autorizando o INSS a regulamentar o desconto de empréstimos bancários a seus segurados’.

Lula e o BMG

Segundo o procurador, Lula teve participação ativa no que ele chama “trama arquitetada para favorecer o BMG” no caso dos empréstimos consignados:

1 - Lula e o então ministro da Previdência, Amir Lando, enviaram quase 11 milhões de cartas a segurados da Previdência instando-os a tomar empréstimos para desconto em folha de pagamento — o BMG era um dos bancos que faziam esse tipo de operação. A Procuradoria da República do Distrito Federal move uma ação de improbidade administrativa contra Lula e Lando por conta dessas cartas, que foram consideradas ilegais. O custo da produção e postagem foi R$ 9.526.070,54.

2 - Lula teria tomado medidas administrativas e legais para favorecer o BMG. Inicialmente, só bancos pagadores de benefícios, como CEF, poderiam operar o empréstimo consignado. O então presidente teria mudado a regra para beneficiar o banco que depois participaria do mensalão. Escreve o procurador:

A empreitada deu tão certo que, segundo o Tribunal de Contas da União, apesar de o banco BMG ser muito pequeno, pois tinha apenas 10 agências e 79 funcionários na área operacional, fez mais empréstimos a segurados do INSS do que Caixa Econômica Federal com suas mais de duas mil agências. A título exemplificativo, até meados de 2005, a gigante Caixa Econômica havia celebrado 964.567contratos de empréstimos a segurados do INSS, faturando R$ 2.380.992.632,75. Por outro lado, o minúsculo BMG fez bem mais, apesar de ter iniciado a operação vários meses após a Caixa (…). Celebrou 1.431.441 contratos de empréstimos do mesmo perfil financeiro, com faturamento de R$ 3.027.363.821,06, isso até agosto de 2005.

O procurador transcreve um trecho da ação de improbidade administrativa que aponta supostas irregularidades na relação do BMG com o governo:

O Relatório de Auditória do TCU datado de 29/09/2005, produzido nos autos do TC 014.276/2005-2, verificou que o “o BMG foi a instituição financeira cujo processo ocorreu de forma mais célere. Foram 5 dias entre a publicação do Decreto no 5.180 [que permitiu a bancos privados operar O crédito consignado] e a manifestação de interesse. E 8 dias entre a manifestação de interesse e a celebração do convênio. Via de regra, são no mínimo dois meses de tramitação processual. O BMG também foi a única instituição financeira não pagadora de benefícios a aposentados e pensionistas do INSS que celebrou convênio antes da adequação da norma interna do INSS ao Decreto no 5.180/2004.

Escreve o procurador em sua representação:

O ex-presidente Lula praticou atos gravíssimos que fomentaram o megaesquema criminoso do mensalão, depois disse que não sabia de nada; fez demonstração pública de apoio a pessoas acusadas de corrupção; por várias vezes deu demonstração de indiferença ao cumprimento da lei; desdenhou decisões do TSE, a ponto de fazer piada quando sofreu pequenas punições de multa por sucessivas infrações à lei eleitoral. Quando perguntado por jornalistas como o seu filho, de modesto servidor de um zoológico, tornou-se empresário de sucesso, o ex-presidente sugeriu, em tom que pareceu ironia ou desprezo à inteligência alheia, que o seu filho poderia ser um ‘fenômeno’ dos negócios, a exemplo de Ronaldo no futebol.

E prossegue:

Recentemente, mais uma vez, ele voltou à contumaz atitude desafiadora e debochada com o sistema jurídico do país: em tom jocoso, ele ‘profetizou’ que o processo do mensalão terminará no ano de 2050. É confiar demais na impunidade: até quando ele continuará zombando sem responder por seus gravíssimos atos?

Afirma ainda:

É inadmissível que alguém se ache no direito de fazer o que bem entende, tripudiando do ordenamento jurídico do país. É constrangedor deixar impunes grandes infratores, enquanto se punem pequenos infratores, por exemplo, humildes servidores municipais que, para complementar o irrisório salário, tentam receber benefício assistencial, como o Bolsa Família, ocultando a condição de servidor público. Esses pequenos infratores, quando pegos, o que costuma ocorrer com freqüência, perdem o emprego, além de outras punições de natureza penal, civil e administrativa. A título exemplificativo, a Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou, em tom solene e com muito estardalhaço, a demissão, no Governo Lula, de quase três mil servidores públicos do Executivo, mas a CGU nada fez para responsabilizar os megainfratores envolvidos no mensalão.

Poucos acreditam que a iniciativa possa dar em alguma coisa. Mas nunca é demais dizer algumas verdades quando surge a oportunidade. Ninguém nunca entendeu por que Lula ficou fora da denúncia da Procuradoria Geral da República. Como se nota, os leitores não estão sozinhos nesse estranhamento.

Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Lula é o chefe do mensalão, segundo nova denúncia.

Do Portal UOL:

No último dia 17 de abril, o procurador da República Manoel Pastana encaminhou ao procurador geral da República representação em que responsabiliza o ex-presidente pela existência do mensalão

Ao fazer a investigação e elaborar a peça acusatória que baseia a ação penal sobre o mensalão, que tramita no Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República livrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de responsabilidade sobre os fatos que marcaram o seu primeiro mandato. O procurador da República no Rio Grande do Sul Manoel Pastana, no entanto, agora quer modificar essa situação. No dia 17 de abril, ele encaminhou ao procurador geral da República, Roberto Gurgel, uma representação em que pede a responsabilização criminal de Lula pela existência do mensalão. O Congresso em Foco teve acesso exclusivo à representação.

Para Pastana, há provas da responsabilidade do ex-presidente na montagem do esquema de captação e distribuição de recursos para aliados que ficou conhecido como mensalão. A assessoria de Lula foi procurada, mas não prestou nenhum esclarecimento à reportagem do Congresso em Foco. As provas, segundo Pastana, vêm de um conjunto de acontecimentos e atos do governo Lula iniciados em setembro de 2003, que se estenderam até setembro de 2004. Nesse período, o governo criou as condições para o BMG – banco por onde circulou o dinheiro do mensalão, pelas contas do publicitário Marcos Valério de Souza – administrar crédito consignado para aposentados da Previdência, faturando R$ 3 bilhões.

O procurador baseia-se no conteúdo de duas tomadas de contas do Tribunal de Contas da União (TC nº 012.633/2005-8 e TC nº 014.276/2005-2) e do Inquérito Civil Público nº 1.16.000.001672/2004-59, da Procuradoria da República no Distrito Federal. Esses documentos deram origem, no dia 15 de janeiro de 2011, a uma ação de improbidade administrativa ajuizada contra Lula e o ex-ministro da Previdência Amir Lando. Leia mais aqui.

O blog antecipou. Partidos começam a se mexer para acabar com a "raça" do PT.


Há uma semana atrás, exatamente, este blog publicava o post "Quem precisa do PT no Brasil?" , demonstrando que um partido que tem apenas 17% da bancada da Câmara e 18% do Senado não é essa coca-cola toda. O nosso post dizia:

Não chegou a hora dos demais partidos sentarem juntos e tirarem o PT do poder de uma vez por todas? Negociem. Conversem. Façam acordos. Podem até lotear o estado, porque pior do que com o PT mandando em tudo não vai ficar. Escolham uma chapa qualquer.  Por exemplo: um Michel Temer para presidente, um Eduardo Campos para vice, mas por favor: sem tucanos, sem perdedores de três eleições seguidas porque não souberam enfrentar o PT. Porque usam punhos de renda e luvas brancas para tentar enfrentar a lama petista. Tirem o tempo de TV do PT. O negócio é correr com esta "raça" do poder. 

Agora vejam a reportagem publicada pelo Estadão:

Principal fiador da eleição de Dilma Rousseff à Presidência ao lado do PT, o PMDB cogita, segundo o presidente nacional da sigla, senador Valdir Raupp (RO), um voo solo em 2014, quando poderá disputar com a petista. O partido, acrescentou ele, já prepara os nomes do atual vice-presidente, Michel Temer, e do governador do Rio, Sérgio Cabral, para o pleito presidencial.

Raupp articula estratégias do PMDB para 2014
"O PMDB sofre desse mal de não preparar nomes. Agora, estamos com dois nomes sendo preparados. Michel Temer e Sérgio Cabral. Neste momento nós temos que focar nesses dois nomes e trabalhar em todos os encontros regionais do partido e nos programas eleitorais. Nós temos que ter nome. A base tem que se preparar para a guerra. Aliança você faz e desfaz a qualquer hora", disse o senador, sem temer os efeitos de uma ruptura da aliança com o PT na próxima disputa presidencial.

Tirado do Coturno Noturno

domingo, 8 de maio de 2011

Ditadura de Cuba assassina mais um dissidente.

No último dia 5 de maio, a polícia cubana, durante uma manifestação pacífica, espancou violentamente a Juan Wilfredo Soto Garcia, um conhecido dissidente cubano, levando-o preso. Ele faleceu hoje, dia das Mães, em hospital onde foi jogado pela ditadura de Castro. Espera-se uma declaração de repúdio de Dilma Rousseff, já que, segundo ela, o Brasil não vai tergiversar em relação aos direitos humanos. E que comece congelando os empréstimos do BNDES para aquele regime tirano e assassino. Leia mais aqui. E aqui. Ambas as matéria estão em espanhol.