Do vermelhíssimo Mauro Santayana, no Jornal do Brasil, hoje:
A campanha eleitoral deste ano vai, queira-se ou não, avançar fundo na questão da moral política. É um engano dos marqueteiros supor que aos pobres não interessa o discurso ético. Entre outros grandes benefícios do atual governo houve o de – ao libertar os mais pobres da dependência com relação aos chefes locais – ampliar a sua percepção do certo e do errado em matéria política. Mesmo que nos abstivéssemos dos juízos morais, haveria que se considerar a clássica relação entre os custos e os benefícios. A companhia de Jefferson, Collor e Argello compensará as restrições do eleitorado, mormente depois dos ataques que virão, certamente dos adversários, em plena campanha, mediante os blogs, o YouTube, o Twiter, os torpedos dos celulares? No passado, as campanhas eleitorais se faziam por correspondência. Tanto no Império quanto na República Velha, eram famosas as circulares que os candidatos faziam chegar aos grandes eleitores, ou seja, aos líderes naturais de suas comunidades. Além dessas circulares, havia os jornais impressos, que, em linguagem apaixonada e muitas vezes desabrida, tomavam partido político e excitavam o debate eleitoral. Hoje, e com uma influência imensurável, a internet está aí. Para o bem e para o mal. É necessário pensar que se trata de um sistema de comunicação sem regras claras e muitas vezes sem pudor. A rede serve de veículo para a difamação e a calúnia. Mas serve, da mesma forma, para a mobilização das massas, como temos visto em alguns episódios no exterior.
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