quarta-feira, 1 de maio de 2013

Fascismo bolivariano – Presidente da Assembleia da Venezuela, que comandou espancamento de deputados da oposição, é acusado de ligação com o narcotráfico Reinaldo Azevedo - 1/5/2013 - às 7:22

Vejam este vídeo. Flagra o momento em que deputados chavistas partiram pra cima de deputados da oposição nesta sexta. Volto em seguida. Voltei Nicolás Maduro, o ditador de turno da Venezuela, não é, evidentemente, flor que se cheire, ou não estaria lá, na sequência de dois golpes: um dado contra a própria Constituição bolivariana, quando assumiu a Presidência na vacância de Chávez (o ato foi escancaradamente inconstitucional), e outro mais recentemente, quando resta evidente que só se fez presidente violando o processo eleitoral propriamente e, há milhares de evidências, as próprias urnas. Mesmo sendo quem é, ele ainda não é páreo, no que concerne à delinquência e ao banditismo, para Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional. O homem foi considerado um risco até pelo próprio Chávez. Tanto é assim que o tirano deu um jeito de encostar aquele que era apontado como seu sucessor natural. Mas Cabello ainda tem muito poder, que voltou a crescer com a morte de Chávez. Preside a Assembleia, é o homem forte das milícias armadas criadas pelo regime, e, atenção!, há fortes evidências de que está envolvido com o narcotráfico, que já chegou à cúpula do governo venezuelano. O juiz Eladio Ramón Aponte Aponte, ex-presidente do Tribunal Superior de Justiça, era o braço de Chávez no Judiciário. Fugiu do país no fim de março e se tornou um delator protegido pelo DEA, a agência antidrogas dos EUA. Ele admitiu ter prestados favores ao uma rede de narcotraficantes da América do Sul a pedido do governo. E listou, então, os chavistas da cúpula que lucravam com o tráfico de drogas: o ministro da Defesa, general de brigada Henry de Jesus Rangel Silva; o vice-ministro de Segurança Interna e diretor do Escritório Nacional Antidrogas, Néstor Luis Reverol; o comandante da IV Divisão Blindada do Exército, Clíver Alcalá; o ex-diretor da seção de Inteligência Militar Hugo Carvajal e… o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Pois é… Reitere-se: o próprio Chávez achava que ele poderia fugir a qualquer controle. Aliás, a demora em encontrar uma solução para o impasse quando ficou claro que o tirano não voltaria tinha nome: Cabello. Segundo a Constituição, ele é que deveria ter assumido a Presidência interina. Mas a cúpula bolivariana temia que se lançasse candidato. Nos meios políticos da Venezuela, dá-se como certo que Maduro teve de entregar a Cabello boa parte do controle do país para mantê-lo como um “aliado”. Como se vê, ele demonstra a sua força. Segue texto publicado na VEJA.com. * A maioria governista na Assembleia Nacional da Venezuela decidiu nesta terça-feira negar mais uma vez à oposição o direito à palavra, sob a alegação de que ela não reconhece o presidente Nicolás Maduro, cuja eleição é contestada pelos opositores – eles denunciam irregularidades no processo eleitoral. Mas, desta vez, a tensão política acabou descambando para a pancadaria, com saldo de ao menos sete deputados opositores feridos. O clima era tenso antes mesmo do início da sessão, quando os deputados não alinhados ao chavismo que chegavam ao Parlamento não encontravam microfones em frente a seus assentos. Os equipamentos foram retirados por ordem do presidente da Assembleia, o chavista Diosdado Cabello. Os trabalhos só foram abertos com mais de três horas de atraso, e, cerca de 30 minutos depois, o confronto eclodiu. Tudo começou depois da aprovação sumária da indicação da nova presidente do Banco Central venezuelano. Cabello impediu os deputados opositores de participar de debates adicionais sobre o assunto, alegando “reciprocidade” por não reconhecerem a vitória de Maduro nas eleições de 14 de abril. “Enquanto aqui, nesta Assembleia Nacional, não forem reconhecidas as autoridades, as instituições da República, os senhores da oposição poderão falar na (TV) Globovisión, no (jornal) El Nacional, mas aqui não”, disse Cabello. Os deputados opositores então iniciaram um apitaço e mostraram um cartaz onde se lia “Golpe no Parlamento”. Foi o bastante para membros da bancada governista partirem para cima de seus pares não chavistas, dando início a um conflito que, segundo relatos, teve até a participação de um guarda-costas da Assembleia. Ao mesmo tempo, as câmeras da TV Assembleia foram viradas para o teto do plenário. Em seguida, a transmissão foi suspensa, e o acesso de jornalistas ao local proibido. Um vídeo feito com a câmera de um celular (no alto) mostra a pancadaria generalizada. O bloco governista rejeitou “os atos de violência”, os quais atribuiu aos adversários. A oposição, por sua vez, veio a público mostrar o resultado das agressões: arranhões e rostos machucados. “Não sou o único agredido, vários deputados apanharam, e o responsável direto é o senhor Diosdado Cabello, que exige nosso reconhecimento de Nicolás Maduro”, disse o legislador Julio Borges, líder do partido opositor Primeiro Justiça (PJ) e um dos mais feridos. “O que fizemos foi exibir em silêncio o cartaz ‘Golpe no Parlamento’”, explicou Borges, ressaltando que, depois do protesto, vários deputados da oposição foram agredidos por legisladores chavistas. “Esses golpes vão nos dar mais força…O senhor, Diosdado Cabello, está cavando uma sepultura para todo o processo que vocês chamam de revolução”, acrescentou ele, com sangue no rosto e olhos inchados. “O deputado Americo de Grazia foi empurrado escada abaixo, e cinco pessoas caíram sobre ele, golpearam-no violentamente, e ele está hospitalizado; isso enquanto o deputado Diosdado Cabello sorria”, afirmou a parlamentar Maria Corina Machado, da oposição, durante uma entrevista coletiva após o confronto. Já a chavista Odalis Monzón disse que foi “atacada pela bancada opositora” e agradeceu seus companheiros por “defendê-la”, em declaração à TV da Assembleia Nacional. A tensão política na Venezuela está em nível máximo desde que Nicolás Maduro venceu o líder da oposição, Henrique Capriles, na eleição presidencial de 14 de abril por uma diferença de apenas 224.000 votos (1,49 ponto percentual). Trata-se do número final, atualizado na segunda-feira, depois da divulgação do resultado das urnas no exterior, nas quais Capriles teve mais de 93% dos votos. A oposição não reconhece a vitória de Maduro, alega fraude eleitoral e, nos próximos dias, entrará com um recurso para impugnar o pleito no Tribunal Superior de Justiça (TSJ). Encerro Vejam uma entrevista do deputado oposicionista Júlio Borges, com o rosto cheio de hematomas. Não duvidem de que há gente no Brasil morrendo de inveja…

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